- Bacana demais conhecer vocês da FOHATT. Fomos muito bem informados sobre vocês pela MS Metal Agency Brasil. Então fica aqui os nossos parabéns pela jornada. Como vão as coisas? O que vocês têm feito ultimamente?
Gratidão pelo espaço e pelas palavras generosas! 2025 tem sido um ano de muito movimento interno na Fohatt. Estamos focados em novas composições, lapidando ideias que surgiram logo após o lançamento do Reflections of Emptiness — que ainda está rendendo frutos e conexões importantes. Ao mesmo tempo, nos envolvemos em colaborações com projetos parceiros e participações especiais, o que tem alimentado ainda mais nossa criatividade. Apesar da distância física entre os integrantes, seguimos com uma sintonia muito forte e produtiva.
- Conheci alguns Singles de vocês, e confesso que amei o álbum cheio. Este formato está nos planos novamente?
Sim, sem dúvida! O álbum completo permite uma imersão maior na proposta estética e conceitual da banda. Já estamos trabalhando em um novo material que seguirá esse formato, inclusive com uma narrativa lírica e sonora que se conecta com a natureza, a espiritualidade e a introspecção. O álbum está sendo desenvolvido com muito cuidado e amor à arte. E, como da última vez, teremos edições físicas em CD e vinil, pois acreditamos na importância do objeto artístico completo.
- A letra inusitada de “Motus Temporis” ficou excelente. De quem partiu a ideia para registrar essa música? Parabéns pelo resultado...
Muito obrigado! “Motus Temporis” surgiu de uma inquietação existencial sobre a passagem do tempo e os ciclos que atravessamos — pessoais, coletivos, cósmicos. A ideia da letra partiu de mim (Gustavo), mas nasceu de uma base instrumental densa e dramática composta pelo Tony (guitarra) e pelo Fernando (teclado). A participação da Ana nos vocais, e sua interpretação foi essencial para trazer a profundidade que a letra pedia. Ela condensa bem o espírito do álbum.
- “Ecos do Passado” é autoral e bem madura em toda a sua estrutura. Como vocês a avaliam depois de tempos do seu lançamento?
Essa é uma faixa especial para nós, porque foi composta ainda nas primeiras reuniões da banda e já trazia um reflexo da proposta que vínhamos desenhando. Hoje, ao ouvir “Ecos do Passado”, sentimos que ela ainda pulsa com força — tanto pelo arranjo quanto pela carga lírica. É uma música que representa bem nossa identidade: peso, melodia e uma certa nostalgia. Temos muito carinho por ela.
- Vocês já definiram a possibilidade de abraçar o latim nas letras? Acho que vocês se dariam melhor no mercado internacional, desta forma, não?
É uma ideia que já debatemos algumas vezes. Temos grande apreço por línguas antigas e pelo simbolismo que o latim carrega. Algumas palavras e expressões já apareceram em composições nossas, e não descartamos incluir mais disso em trabalhos futuros. Porém, temos um compromisso com a língua portuguesa também — queremos expandir seus limites dentro do metal extremo, mostrar que é possível soar poético, sombrio e profundo mesmo sem recorrer ao inglês ou latim o tempo todo. Mas é claro, cada canção pede sua própria linguagem, e estamos sempre abertos a novas experimentações.
- Como funciona o trabalho de produção da banda quando está em estúdio? Vocês já estão trabalhando em algo novo neste sentido?
Nosso processo é bastante colaborativo. Normalmente, os esboços iniciais partem dos guitarristas Tony ou Edu, com ideias que depois são encorpadas pelos teclados, bateria e baixo. As letras surgem em paralelo, a partir de sensações provocadas pelas composições. A pré-produção costuma ser feita à distância. A produção, mixagem e masterização atuais estão sendo feitas com Paulo Monteiro, da banda The Cross, que tem sido um grande parceiro artístico. Estamos em fase avançada de um novo lançamento — vem coisa boa por aí.
- “Twisted Reality” foi uma ótima surpresa. Vocês concordam que ela pode vir a se tornar uma música obrigatória nos shows da banda?
(Risos) Concordamos sim! “Twisted Reality” tem uma energia própria, um contraste interessante entre peso e melancolia, com uma melodia vocal que costuma impactar quem ouve. Ela representa bem a fase atual da banda e, caso a gente inicie uma sequência de shows futuramente, é uma das que certamente estará no setlist.
- Eu também gostei bastante de ”Sentenças Ocultas”, mas ela se difere bastante das demais. Foi algo intencional ela ter esta estrutura tão própria?
Sim, foi intencional. “Sentenças Ocultas” nasceu a partir de uma abordagem diferente — quase como um poema musicado, composição do Eduardo.... É uma faixa que revela outra faceta da banda, mais voltada à experimentação e à transcendência, e que pode apontar caminhos futuros para o nosso som.
- 2025 ainda está rolando por aí. Quais os planos da FOHATT para este ano vigente?
Seguimos na reta final de produção do novo álbum. Também estamos finalizando participações em projetos especiais, como a coletânea Ao Fechar os Olhos, que reúne bandas brasileiras musicando poemas do autor underground Ronaldo Campelo. Além disso, estamos investindo em nossa presença internacional, com envio de materiais para selos e zines da Europa e América Latina. Tudo isso mantendo nossa essência: criar com liberdade, profundidade e verdade.
- Parabéns novamente pelo trabalho de vocês, caras. Existiu algum assunto importante que não foi citado aqui?
Acho que cobrimos bastante coisa relevante. Só reforço nosso agradecimento pelo espaço e pelo apoio ao underground nacional. O Fohatt é mais do que uma banda — é uma extensão das vivências artísticas de cada integrante. Seguimos conectados com quem sente a música como portal e expressão verdadeira da alma. Que venham novas conexões, entrevistas e colaborações!
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